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COMIDA DE SANTO

Casa de Caridade São Sebastião

Omoloko de Nagô

Fundada em 1960
Ajeum na cozinha de santo pronto para ser assentado no roncó.

    

Nossa Yabá Mãe Valentina de Xangô , A sacerdotisa do ajeum.

Yabassê a guardiã do segredo.

O segredo desta culinária é comandado pela guardiã da cozinha, a Yabassê. Aquela que “muito faz e pouco fala.” Quando se fala da sacerdotisa da comida, as formas mais antigas de transmissão do conhecimento trazida pelas diversas etnias africanas vão ser evocadas: a observação e a convivência. E o mestre dos mestres será mais uma vez chamado: o tempo. O conhecimento ritual, o respeito, a criatividade e o comando apresentam-se como o perfil da Yabassê e orientam à sua escolha, mesmo que, hoje, nos “novos tempos,” poucas sejam as mulheres que se disponham a tal cargo; não pelo gosto, mas pelas funções assumidas por elas na sociedade.

Yabá na sociedade Yorubá.

A imagem da Yabassê apresentada pelos sacerdotes, remonta aos primórdios, quando Olodumaré, Deus, entregou o poder de criar e de tudo transformar às Grandes Mães. A velha que cozinha, divide, assim com o poder ancestral feminino esta força, assim como todas as mulheres. Daí recair sobre ela o tabu da impureza, que reflete as relações de poder, as tensões entre homem e mulher expressas em alguns mitos da sociedade yorubá, num ambiente onde embora sua função seja de procriar, ela goza de plena liberdade e independência dentro do grupo. Permitir que a mulher menstruada manipule a comida é expor toda a comunidade ao poder das Mães Ancestrais, que serve tanto para o bem, quanto para o mal. A Yabassê é, uma das pessoas que no terreiro, mais expressa essa força, pois trabalha com ela dia e noite, ao manipular a colher de pau para transformar grãos e alimentar tudo e todos, conservando, recriando e inventando.

Porque dar de comer ao santo.

Segundo o Velho Testamento,que é o livro de todas as raças, no inicio dos tempos Abel irmão de Caim recolhia a melhor parte dos seus frutos e de sua colheita para ofertar a DEUS PAI. Ai foi dado o exemplo de em agradecimento ou para pedirmos a benção de Olorum ofertarmos o melhor de nossos alimentos, pois o alimento é o que existe de mais sagrado no reino dos seres vivos, pois é o que permite a sobrevivência das espécies no planeta.


Dando continuidade a ABEL, tivemos também NOé que após o diluvio quando encontrou terra firme, ergueu um altar de pedras e ofertou alimentos a Olorum. Nós do OMOLOKO DE NAGÔ, de acordo com o ensinamento dos orixás , para agradecer ou pedir a benção dos orixás, também fazemos oferendas dentro da lei dos orixás.

A oferenda ao SANTO pode ser utilizada em diversas ocasiões, como homenagens, feituras de santo, rituais de limpeza, ebós, pedidos de socorro, para curar uma doença e inúmeras outras situações.

Mas aqui fica um alerta ao povo de santo, nunca exagerem nas suas ofertas, pois para alegrar os orixás , não precisamos ofertar 21 pratos do MESMO AJEUM , conforme as vezes encontramos nas nossas matas e cachoeiras. Povo de santo pratiquem uma religião Ecológica . Na oferenda ao santo, na verdade estamos atraindo a força energética do orixá para nós, pois o santo é luz e poder e não come, nós é que precisamos do axé do orixá .

O Homem precisa da benção da natureza mas para isso a Natureza tem que ser preservada.

Os Orixás e suas comidas

Para o povo de santo, falar sobre as iguarias oferecidas aos seus Orixás não é o mesmo que informar sobre o cardápio de um dia de festa. Dizer as coisas que o santo come é quase como revelar um segredo, um espaço de foro íntimo de cada terreiro. A ausência de muitos pratos, a presença destes sem nomes, silêncios, lapsos de memória, muitas vezes, antes de ilustrarem um desconhecimento, constituem parte de um saber, muito especial, guardado pelos mais antigos na religião, a que só poucos tem acesso. Bastante impressionante o que certa vez ouvi de uma Yalorixá: “ a Yabassê é aquela que muito faz e pouco fala”.

O não falar insere-se no contexto onde a oralidade constitui um dos veículos mais fortes de transmissão do conhecimento, os chamados segredos, fuxicos de santo, ensinamentos rituais, fundamentais, na sua grande maioria balbuciados no ouvido do iniciado, ou passado em palavras incompreensíveis e fórmulas incompletas.

As comidas oferecidas no terreiro aparecem sempre como algo particular, pertinente àquela casa. Receitas pela metade, pratos sem nomes, queixas e justificativas somam-se, ao lado de recriações, a todo instante, no fogão dominado pela Yabassê.

Da áfrica, os Orixás vieram de diferentes lugares, antigos reinos africanos, muitos deles inimigos. Diferentemente das suas regiões de origem, o culto dos Orixás no Brasil, antes de estar ligado à uma família, uma confraria, foi ampliado e praticado num mesmo espaço. Destruída a família clânica, extensa, sua noção vai ser reconstruída no solo brasileiro como uma grande família teológica, chamada família de santo

Feijão Fradinho é uma semente que dá início a comida de vários orixás, o camarão está presente em todas os pratos, o dendê é o gerador do axé, santo quente ele esfria e santo frio ele esquenta, juntando estes ingredientes por exemplo temos o acarajé que é a comida tradicional de Yansã guerreira. Podendo também ser apreciado pela mais exigente dos gourmets apresentando uma degustação perfeita dentro da culinária dos orixás.

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